Saúde masculina: não é necessariamente (apenas) genética

UMA CONSTELAÇÃO DE FATORES

É bem sabido que os homens têm uma esperança de vida mais curta (em média 5,5 anos do que as mulheres) e que os homens enfrentam um risco aumentado de numerosos problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, colesterol elevado e outras doenças relacionadas com a alimentação, como a gota, como bem como aumento do risco de certos problemas psicoemocionais. A genética (biologia) certamente desempenha um papel, porém, de acordo com pesquisas da Universidade de Harvard , a biologia não desempenha o papel principal.

Fatores socioambientais, como redes de apoio e estresse ambiental (por exemplo, estresse no trabalho), também desempenham um papel importante. Porém, parece que os comportamentos desempenham o papel mais importante. Esta é uma grande notícia. Isso significa que, como homem, você tem um controle significativo sobre os resultados de sua saúde.

FATORES CONTRIBUINTES

Biológico

De acordo com uma pesquisa realizada em Harvard, há uma constelação de fatores biológicos que podem contribuir para o aumento dos riscos à saúde dos homens. Risco particularmente aumentado de doenças cardíacas. A testosterona tem sido associada ao aumento do risco de doenças cardíacas – embora não seja uma ligação tão forte como se pensava anteriormente. É claro que ter próstata cria o risco de câncer de próstata. Além dos factores biológicos específicos do sexo, existem predisposições genéticas herdadas para problemas de saúde comuns a ambos os sexos que também contribuem.

Socioambiental

Nossa saúde não é apenas o resultado de predisposições genéticas. Fatores socioambientais também desempenham um papel. Homens e mulheres são socializados de maneira diferente. Isto contribui para a criação e manutenção de redes sociais e sistemas de apoio, bem como para reações a factores de stress comuns mas significativos, como o trabalho. Em média, os homens tendem a ter redes sociais e sistemas de apoio mais fracos e a reagir de forma mais agressiva ao stress, exacerbando os problemas de saúde associados ao stress e o potencial de sobrecarga de stress.

Comportamental

O estudo de Harvard concluiu que a maior parte da disparidade sexual na saúde (com os homens a ter piores resultados do que as mulheres numa série de questões de saúde) é o resultado de comportamentos que começam durante a adolescência. Os homens são estatisticamente mais propensos a se envolver em comportamentos de risco, mais propensos a fumar, mais propensos a beber e/ou abusar de drogas e são mais propensos a se envolver em comportamentos agressivos ou violentos. Todos estes comportamentos contribuem para o aumento do risco de maus resultados de saúde ou morte prematura.

PROBLEMAS DE SAÚDE

Doença cardíaca

Em média, os homens sofrem o primeiro ataque cardíaco em idades mais jovens do que as mulheres (65 versus 72). Essencialmente, em idades mais jovens (isto é, antes ou perto da idade da reforma), os homens têm um risco maior de ataque cardíaco do que as mulheres (embora as mulheres tenham maior probabilidade de morrer de ataque cardíaco). Embora as doenças cardíacas sejam certamente de origem genética, até certo ponto, a dieta, o comportamento e as respostas psicoemocionais ao estresse também desempenham um papel fundamental no aumento ou diminuição do risco.

Aneurismas

As estatísticas sobre aneurismas da aorta abdominal (AAA) mostram que os homens têm um risco maior de aneurismas do que as mulheres, especialmente em idades mais avançadas. A taxa de pico de aneurismas entre os homens (que atinge entre 80 e 85 anos de idade) é 1,4% maior que a das mulheres (5,9% versus 4,5%). Além disso, esse pico ocorre mais cedo para os homens (ocorre após os 90 anos para as mulheres). Tal como acontece com as doenças cardíacas, as predisposições genéticas também contribuem para o risco de aneurismas. No entanto, aqui, a dieta e o comportamento (principalmente o tabagismo) desempenham um papel fundamental na determinação do risco de AAA.

Câncer

De modo geral, os homens apresentam taxas mais altas de câncer. É claro que os homens também enfrentam o risco adicional de câncer de próstata. Estatisticamente, os homens apresentam taxas mais altas de sarcoma de Kaposi, câncer de lábio e tireoide. Esta diferença entre os sexos nas taxas de cancro mantém-se constante em todas as faixas etárias. Também neste caso a genética desempenha um papel, mas os comportamentos também desempenham um papel significativo. Particularmente, dependendo do tipo de câncer, o tabagismo, o abuso de álcool, a dieta e a exposição a substâncias tóxicas ou nocivas desempenham um papel significativo no risco de contrair câncer.

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